*Por Djalma Moraes.
Estamos no limiar de uma nova era, onde a velocidade e a intensidade de informações nos agridem a cada momento.
A cada hora milhares de notícias bombardeiam nosso cérebro e, como já foi comprovado em pesquisas científicas, a repetição de um mesmo fato, acaba por torná-lo parte integrante do nosso conhecimento, ou seja, de alguma forma, torna-se uma “verdade”.
Humanos que somos, sempre tendemos a buscar acalanto e apoio nas lembranças, de forma a fugir das situações desagradáveis, foi assim com o “colinho da mamãe”, que nos livrava do “Bicho Papão”, foi assim com o “Primeiro Amor”, que nos protegia das hostilidades e desafios do Mundo Adulto. Sempre, por menos que queremos, acabamos nos acomodando diante de uma situação de conforto, quer seja na família, no emprego, nas amizades, parece que nada vai se alterar, que tudo será sempre igual, mas não é assim.
De um momento para outro, mudanças inesperadas no panorama róseo podem ocorrer, e aí, por estarmos despreparados, acabamos por sofrer reveses, muitas vezes, difíceis de serem revertidos.
A Economia Mundial já vinha dando sinais de retração há algum tempo, mas, como não havia nos atingido, não nos importamos. De repente, começaram a falar em crise, demissões, quebras na Bolsa, e aí? O que podemos fazer, pois afinal, como dizia meu amigo Jonas Araújo: ”Ninguém nasceu grudado com o emprego!”.
Nós gestores de Capital Humano (para alguns, RH), nos deparamos com a nossa realidade, digo empregabilidade e a realidade do outro, digamos a “demissionabilidade”, pois, é o nosso setor ou departamento que contrata e prepara a demissão, embora, também possamos ser demitidos. O que fazer para atenuar a angústia e a ansiedade gerada por estes processos? Como interagir com os demais colaboradores, de forma a criar um ambiente mais sereno, mas, sem acomodação?
Eis aqui algumas sugestões:
– Procure tornar claras as regras do jogo, não sonegue informações importantes.
– Gere um ambiente de confiabilidade, fornecendo dicas de qualificação profissional que ajude a manter a empregabilidade.
– Promova atividades que ampliem os horizontes de todos os colaboradores (palestras, publicações, campanhas, etc)
– Incentive idéias criativas para redução de custos (economia de energia, reutilização de recursos, rodízios, redução de desperdícios)
– Coopere para o crescimento das pessoas ao seu redor, afinal, o seu emprego também depende delas.
– Crie campanhas de incentivo reconhecimento por objetivos alcançados e atitudes tomadas
– Nós fazemos o nosso próprio ambiente, administre conflitos, procurando dialogar, não jogando a sujeira para baixo do tapete.
Turbulências sempre existirão, a única forma de encará-las e unindo forças. Lembre-se, quando no passado os navios saiam para alto mar, não havia GPS, nem computadores de bordo, o que havia sim, apesar das diferenças, era o forte senso de equipe, todos tinham a certeza de voltar ao porto. Quando a tempestade vinha e o mar revolto quase engolia a nau, todos se uniam para realizar a tarefa maior, que era salvar a embarcação para que todos saiam com vida, só os ratos abandonavam o navio. Não deixe que os ratos (maledicência, desânimo, dúvidas, incertezas) te façam abandonar os sonhos e dilacerar teus objetivos. Divida sentimentos e expectativas com a equipe e os colaboradores. Ouça-os, pois, nem sempre estamos com a razão.
É assim que podemos dizer que temos força e capacidade para vencer mais este desafio.
* Djalma Moraes é Sócio Consultor da MQS Consultoria e Treinamento Empresarial, Diretor da ABRH-SP Regional Baixada Santista, Psicólogo, coach, instrutor e consultor em RH e Empreendedorismo.