*Por Djalma Moraes. Pense um pouco em como anda o seu desempenho. Está bom, ruim ou mediano? Tem atingido metas? Tem gerado conhecimento? Ou simplesmente está seguindo a corrente e deixando o barco correr ao sabor da correnteza?
Mais algumas perguntas:
Você que ocupa um determinado cargo na empresa sabe que sempre haverá cobranças e objetivos a serem atingidos, mas, será que há coerência entre o que é pedido e o que é executado? Será que basta o meu desempenho individual para que a coisa aconteça? Como está a minha sintonia com os demais membros da equipe? Será que sendo chefe me basta somente mandar? Ou sendo subordinado, obedecer? Aí surge uma dúvida, como anda a minha relação com os outros e comigo mesmo? É fácil cobrar, mas, será que é fácil cumprir e liderar por exemplos? Que tal discutirmos esse assunto com o foco na cooperação?
Sim! Cooperação, palavra bonita, mal interpretada e que não significa total oposição à competição. Vejamos por que.
Como todos nós sabemos a história da Humanidade é muito recente, antes de nós vários animais pré-históricos dominaram a Terra, mas, acabaram sendo dizimados, acabando assim um reinado de milhôes de anos.
Quanto a nós que à principio éramos nômades, depois constituimos tribos e hoje, vivemos juntos, mas isolados uns dos outros.
Acumulamos tecnologia, mas, nos distanciamos do convívio. Corremos muito para alcançar mais e mais e, quando alcançamos, saimos em busca de mais e mais coisas. Esse comportamento nos faz ficarmos fechados e alheios ao próximo, começando na familia, perpassando pela escola e culminando no ambiente de trabalho, onde temos muitas vezes pessoas envolvidas, mas não comprometidas.
Pesquisas recentes mostram um grau de insatisfação assustador entre os grandes executivos, que mesmo ganhando mega salários, usufruindo de muitas mordomias, mas mesmo assim não se sentem completos.
Aí, me pergunto, será que não está havendo a falta do outro, do parceiro que, como o amigo de infância compartilhava das brincadeiras e das descobertas, entre eles não havia segredo ou o que esconder? Toda empreitada era compartilhada, tudo era dividido. E, agora, nossas equipes parecem carecer daquele brilho no olhar que fazia parte dos membros da “tchurma”, aquela vontade de participar, de fazer algo.
Talvez falte aí um pouco de cooperação. Cooperar é igual a co – operar, que tem origem no latim, coo (junto), operare (trabalhar, fazer, agir), então cooperar significa estar presente de corpo e alma, por inteiro.
Mas é assim que temos agido? É assim que queremos nossas equipes, nossa empresa? Talvez tenhamos que incluir ai também, o sentido de empreender, que significa iniciar, inovar, dar impulso. Ao meu ver, podemos nos tornar empreendedores de nós mesmos, tendo a cooperação como caminho.
Empreendendo uma nova maneira de encarar o trabalho, utilizando-se do melhor de cada indivíduo, que sente prazer em contribuir para a realização da tarefa, pois sabe que ela tem principio, meio e fim.
Olha aí, mais um dos princípios da cooperação, clareza na passagem das informações. Sentir-se parte do todo, desfrutar o sentido de pertencer e, não a sensação de ser mais um. Mais um princípio, na cooperação todos ganham, pois, o todo é superior a soma das partes e o grupo sempre é mais produtivo do que o indivíduo isolado.
Cooperar também significa estar conectado a todos os sintomas do grupo, a minha energia é a energia do meu parceiro e vice versa, se ele não estiver bem, o grupo também não estará. Na cooperação convivemos numa grande teia, conceito diferente de rede, pois, a teia nos transmite informação o tempo todo, de qualquer ponto onde estiver a aranha saberá o que está conectado em sua teia, na rede será preciso abrir, acessar, buscar, para que se tenha o que se precisa.
É preciso fazer da cooperação nossa grande teia, conectando-nos uns aos outros, compartilhando conhecimentos e informações com toda a clareza e limpidez possível, de maneira ética e responsável. Para vencer a armadura criada durante anos de competição desenfreada é necessário que tenhamos a nossa de que é possível competir cooperativamente, somando os ideais e objetivos do grupo em prol de uma causa maior, reconhecendo o esforço desempenhado, compartilhando todas etapas do processo, as vitórias e os insucessos, os acertos e os erros, tornando cada elemento mais flexível e adaptável às mudanças de etapa do processo, não levando para o lado pessoal as críticas recebidas, mas, procurando nelas um fator de correção da rota traçada.
Comparemos os objetivos e metas de uma empresa à rota de uma nave espacial, poucos sabem, mas, a nave está 99% do seu trajeto fora rumo,cabe ao pessoal em terra, corrigí-lo para que chegue com sucesso ao local definido. Todos elementos são co-responsáveis pelo rumo de cada projeto da empresa, não de maneira individualizada, como se o projeto fosse somente seu, mas, de maneira cooperativa, se alimentando dos conhecimentos gerados e alimentando o grupo com o melhor de sí.
* Djalma Moraes é Sócio Consultor da MQS Consultoria e Treinamento Empresarial, Diretor da ABRH-SP Regional Baixada Santista, Psicólogo, coach, instrutor e consultor em RH e Empreendedorismo.